19 de fevereiro de 2012

Estação Terminal

Bato os olhos num texto da área médica, e deparo com o seguinte trecho: “... dentre os 2.500 pacientes operados, 8% deles foram a óbito”.

Hein?

Ok, compreensível que cada área do conhecimento tenha seu jargão específico. Que o digam o juridiquês, o economês, e a linguagem cifrada de várias outras áreas.

Mas... ir a óbito?

Claro que eu não esperava topar com uma frase do tipo “... bateram as botas”, “... abotoaram o pijama de madeira”, “... subiram pro primeiro andar”, “... passaram desta pra melhor”, “... não estão mais entre nós”, ou “... foram ao encontro da Indesejada das Gentes” (e claro que eu daria pulos de alegria, se isso acontecesse).

Ok, mas... ir a óbito?

Devaneios da imaginação: uma estação de trem numa cidadezinha no meio do nada. Na placa caindo aos pedaços, em letras garrafais: “ÓBITO”. Ao fundo, resfolegando, o trem chega trazendo os doentes. Estação Terminal Óbito. Solicitamos a todos que desembarquem nesta estação.

Por que não aprendi a desenhar?