26 de setembro de 2011

O rebelde

Neste livro, Osho faz uma longa e detalhada caracterização dos três tipos de pessoas dispostas a "mudar o mundo": o reformista, o revolucionário e o rebelde. O trecho abaixo é um retrato que traduz com enorme fidelidade o que tem sido a minha busca.
“As qualidades do rebelde são multidimensionais. Primeiro, o rebelde não acredita em nada a não ser na própria experiência. A verdade dele é sua única verdade: nenhum profeta, nenhum messias, nenhum salvador, nenhuma santa escritura, nenhuma tradição antiga pode lhe dar a verdade. (...)
Um rebelde respeita sua própria independência e também respeita a independência de todas as outras pessoas. Ele respeita a sua própria divindade e respeita a divindade de todo o universo. Todo o universo é seu templo – é por isso que ele abandonou os pequenos templos feitos pelo homem. Todo o universo são suas sagradas escrituras – é por isso que ele abandonou todas as sagradas escrituras escritas pelo homem. Mas não é por arrogância, é para empreender uma humilde busca. O rebelde é tão inocente quanto uma criança.
A segunda dimensão será não viver no passado, que não existe mais, e não viver no futuro, que não existe ainda, mas viver no presente com a máxima consciência e espírito alerta que se possa conseguir. Em outras palavras, viver consciente no momento. (...)
A terceira dimensão é que o rebelde não está interessado em dominar os outros. Ele não tem avidez pelo poder, porque essa é a coisa mais feia do mundo. (...) É essa avidez pelo poder que acaba levando aos conflitos, às competições, à inveja e finalmente às guerras. (...)
O rebelde penetra no seu mundo interior de olhos abertos, sem nenhuma ideia do que está procurando. Ele continua polindo sua inteligência. Continua tornando seu silêncio mais profundo, sua meditação mais profunda, para que o que quer que esteja oculto dentro dele venha à superfície; mas ele não tem ideias preconcebidas sobre o que está procurando.
Ele é basicamente um agnóstico. Essa palavra tem que ser lembrada, pois ela descreve uma das qualidades mais básicas. Existem crentes que acreditam em Deus, existem ateus que não acreditam em Deus e existem agnósticos que simplesmente dizem, ‘Não sabemos ainda. Vamos buscar, então vamos ver. Não podemos dizer nada antes de termos procurado em todos os recônditos do nosso ser’. O rebelde começa com ‘eu não sei’. É por isso que eu digo que ele é como uma criança pequena, inocente”.
Transformando crises em oportunidades, de Osho. Ed. Cultrix, tradução de Denise C. Rocha Delela.