11 de janeiro de 2012

Mais uma coisa...

O plano era que o blogueiro estivesse no meio das férias. Fato é que toda decisão que tomo e toda conclusão a que chego acabam tendo uma validade de, em média, meia hora. Se muito. Taí, o grande barato da vida.
Desta vez rolou um episódio que uma amiga classificaria de hot sync. Partilho contigo, leitor.
Mulher e eu assistíamos à TV Cultura, quando começou a passar um clipezinho educativo. Um casal de jovens pescava e papeava. O rapazote fica indignado com o fato de a empregada ter esquecido de colocar o lanche deles na cesta, algo assim. Uma indignação fake, mas ok. Dali a instantes, a garota começa a adverti-lo sobre o uso correto dos pronomes, que ele tinha empregado. Coisas como “eu o vi”, em vez de “eu vi ele” e quejandos. Passou-lhe um pito para que aprendesse como usar corretamente a língua “em situações formais que pedem o uso da norma culta”.
Isso mesmo. Diálogo que aconteceu durante uma pescaria.
Pasmo total. Assombro. 
Ok. Dia seguinte, estou navegando à deriva na internet, quando deparo com a prova do vestibular que rolara na véspera. Numa das questões da prova de Língua Portuguesa, uma declaração de Monteiro Lobato:
“A correção da língua é um artificialismo, continuei episcopalmente. O natural é a incorreção. Note que a gramática só se atreve a meter o bico quando escrevemos. Quando falamos, afasta-se para longe, de orelhas murchas”.  
Alma lavada, ufa!