1 de fevereiro de 2011

A cruzada anti-homeopatia

Reportagem do Estadão de 30/01 (pg. A-36) informa que neste sábado haverá um protesto de grupos anti-homeopatia, em mais de 50 cidades do mundo. Diz o sub-título da matéria principal: “Protesto (...) pretende denunciar o desperdício com polêmica terapia”. Manchetes dos dois outros textos: “Mãe de publicitária chegou a tratar tumor com terapia” e “Nas faculdades, cai o interesse pela disciplina”.

Não é preciso ser perito em análise do discurso para perceber para que lado está pendendo a reportagem. Ela corrobora a tese de alguns (entre os quais, gente famosa, com quadro no Fantástico) de que os pacientes que se tratam com homeopatia estão sendo tapeados, tomando “água com açúcar”.

Meu filho de 14 anos ilustra minha opção pessoal pela homeopatia. Incontáveis, as madrugadas que tivemos de levá-lo ao P.S. dos hospitais, com crise de bronquite. Inalação, antibióticos etc, tomou isso durante muito tempo. Até que decidimos começar o tratamento com homeopatia, 4 anos atrás. Há cerca de 3 anos ele não tem crises. A médica que trata dele me fora indicada por uma mãe cujos filhos se trataram de doenças respiratórias graves. Água com açúcar? Fé cega?

Embora a matéria do jornal se mostre tendenciosa, ela merece um crédito importante. Em negrito, no final da página, traz a defesa de Carlos Fiorot, presidente da Associação Médica Homeopática Brasileira: “O debate que se tem de fazer não é se a homeopatia é científica, e sim o que é a ciência e a serviço de quem ela está”.

Na mosca, a declaração. O Estadão, que tem mostrado uma nítida disposição a investir em matérias mais longas, e que demandam tempo, prestaria um enorme serviço à comunidade, fazendo o resto do trabalho: dar uma maior atenção ao outro lado, dedicar o mesmo empenho (e espaço) à homeopatia e seus benefícios. Deixar de fazê-lo só faz alimentar a suspeita de que há tubarões do universo da alopatia intere$$ados na publicação de tais matérias.