14 de fevereiro de 2011

O putz-putz e a jam session

Eles aparecem de quando em quando. Em média, uma vez a cada dois meses. Mas quando chegam, vêm com tudo. Falo de um vizinho nosso, cujos convidados curtem o som das baladas. Nestas, a trilha sonora é house, acid, algo assim. Não sei definir, mas uma onomatopeia que a define bem é o putz-putz. Música que raramente é tocada num volume menor do que o 15.

Mulher, Filhote, um casal de amigos e eu brincávamos num jogo de tabuleiro, quando o “bate-estacas” começou a subir o morro. Teste de resistência para os tímpanos.

Desta vez, porém, eles não contavam com um revide musical. Na varanda, nosso arsenal: atabaque, djembê, violão, reco-reco, agogô e maracas.

O putz-putz não dava sinais de trégua. Súbito, apenas nos entreolhamos. Era o momento. Enfileirados os instrumentos, mandamos brasa. Liderados por Fabiano, na percussão, engatamos um ijexá, produzindo uma massa sonora que deve ter espantado até mesmo o casal de tucanos, habituês do pedaço. Era nossa primeira vez juntos, mas era como se tocássemos há anos. Uma jam na roça.

Deu certo: da banda de lá, o silêncio. Dali em diante, som tocado em um volume civilizado.

Nada como um bom diálogo musical.