2 de maio de 2011

Utopia

1.       Eduardo Galeano, escritor uruguaio, no programa Sangue Latino, da TV. Pergunta do entrevistador: “Ainda faz sentido, ter utopias, no mundo de hoje?”. Ele responde com uma historieta contada por um amigo, numa palestra. Historieta e frase que muitos atribuem, equivocadamente, a ele mesmo. “Me dizem: mas a utopia é como o horizonte! Você caminha 10 passos, o horizonte se distancia 10 passos; caminha 20, o horizonte se distancia 20. Pra quê, então, serve a utopia? Ora, serve para isso: para caminhar”.
2.     Horas antes, leio entrevista com Miguel Nicolelis, na revista Brasileiros de abril. Seguida de reportagem sobre o fascinante trabalho desenvolvido por sua equipe no Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmons e Lily Safra, em Natal e Macaíba (RN). Dezesseis páginas, com várias passagens de dar nó na garganta. Do artigo assinado por Nicolelis: “O impossível continua ao nosso alcance. Mas para tornar o impossível em factível, é preciso inovar com a liberdade e ousadia do pensamento mágico das crianças”. Declaração que dialoga diretamente com o que Galeano falava, há instantes, sobre a poesia do universo da criança (aniquilada por aquilo que chamamos de "crescimento" e “desenvolvimento”).
3.      Livro de Nicolelis, a ser lançado em junho (Cia. das Letras), e que já me deixa com a ansiedade de um guri em véspera de Natal: Muito além do nosso eu.